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Empresas têm de preparar-se para a revolução geracional

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A par dos clientes e da gestão do negócio, as empresas hoje têm de estar seriamente empenhadas em assegurar pessoas qualificadas para trabalhar. A escassez de recursos humanos pode pôr em causa a sobrevivência de uma organização. E num momento em que os locais de trabalho acolhem várias gerações de profissionais, com posturas e expectativas diferentes, é necessário encontrar formas de integrar e motivar. A diferença entre gerações que foi marcando o ritmo da sociedade tem hoje tal velocidade que estamos perante uma revolução geracional. E as organizações devem preparar-se para ela.

 

Esta foi, em síntese, uma das principais conclusões da última sessão do Programa Talentum, que decorreu no dia 21 de junho, contando como oradores convidados Patrícia Baptista (Docente na Católica Lisbon School of Business and Economics) e Artur Ferraz (Consultor na área de Gestão de Pessoas). Subordinado ao tema ‘Renovação geracional: o desafio de atrair talento’, este webinar contou com uma assistência virtual composta por cerca de duas dezenas de profissionais do sector.

 

Artur Ferraz começou por elencar as disrupções que, advertiu, já estão e vão continuar a marcar o futuro do trabalho. Desde logo, a tecnologia que está em toda em parte. Como exemplo, lembrou que há seis bilhões de pessoas com smartphones num planeta onde o número total de seres humanos é de 7,8 bilhões. A juntar a isto, surge a quantidade astronómica de informação que chega a cada um, aquilo que designou por ‘Tsunami data’.

 

Salientou depois que há mudanças muito visíveis na forma como as pessoas encaram hoje as carreiras profissionais, lembrando que a tendência será para que, num futuro próximo, os trabalhadores permaneçam num máximo de quatro a cinco anos numa empresa. Por isso, enfatizou, o desafio passa por formá-los de forma mais célere e motivá-los para que queiram ficar.

 

A diversidade de gerações que hoje ‘coabitam’ nas empresas (Baby Boomers, Geração X, Millenials, Geração Z) é um outro desafio que, alertou, tem de ser trabalhado pelas organizações.

O acesso às mais sofisticadas tecnologias, destacou ainda, é hoje muito mais fácil para todo o tipo de empresas e pessoas. Sobretudo porque estas evoluem rapidamente e o seu custo vai sendo mais acessível. E enquanto isto acontece, muitas das funções que existem estão a ser substituídas pela automação, sendo necessário que as pessoas desenvolvam mais competências tecnológicas.

 

Uma das principais diferenças entre gerações, considera é que, enquanto há poucos anos as pessoas se sentiam motivadas para adquirir bens materiais, a nova geração tem um foco nas tecnologias que permitam comunicar e criar soluções para questões que não consideram essenciais. Exemplificou com o caso das cartas de condução que poderão ser substituídas por carros de condução autónoma.

 

Melhorar condições de trabalho

Esta mudança, advertiu, é radical e vai causar dificuldades às empresas se estas não se prepararem para estes novos profissionais que, entretanto, começam a chegar ao mercado de trabalho. A mudança, no seu entender, deve começar por ser interna e depois externa, na forma como a empresa se apresenta e recruta os seus quadros. “Temos de saber desenhar melhores condições de trabalho, colocando as pessoas no centro das prioridades, ouvindo-as e fazendo-as entender o propósito da organização”, afirmou, salientando que ambientes com demasiado stress, negatividade e longas horas de trabalho tendem a desmotivar os trabalhadores que, por certo, procurarão alternativas.

 

“Antes, o local de trabalho era visto como uma utilidade e tinha uma única finalidade: trabalhar. Hoje, os locais têm de ser aprazíveis, misturando trabalho e bem-estar de forma a estimular o espírito criativo”, considerou, frisando que “são estas pessoas, criativas e criadoras de novas soluções e tendências, que vamos querer nas nossas empresas porque as atividades convencionais ficarão a cargo das máquinas”.

 

Para Patrícia Baptista, as empresas – seja qual for o seu ramo de atividade – têm de se adaptar e tão rápido quanto possível. Um dos aspetos que salientou como essencial é a forma de recrutar. “Temos de ser inovadores de forma a cativar os melhores talentos, caso contrário não serão essas as nossas pessoas”, advertiu.

 

Artur Ferraz acrescentou que as empresas já estão “a partir tarde para esta mudança” que, para se concretizar ainda levará tempo. “Temos de agir já”, alertou. “Achamos que o modelo que temos se vai perpetuar, mas a automação e a robotização estão aí. As pessoas vão ser úteis com outras competências – que as máquinas não têm – como a imprevisibilidade e a criatividade”, considerou. No caso dos moldes, Artur Ferraz e Patrícia Baptista foram unânimes em considerar que tem de haver uma aposta forte na mudança.

 

Formação

“As equipas de Gestão de Pessoas podem trazer uma mentalidade de mudança, mas essa só se concretiza se o topo da organização estiver alinhado com essa perspetiva”, afirmou Patrícia Baptista, acrescentando que os gestores das empresas devem analisar esta questão, ver o que já está a acontecer e preparar a sua estratégia. “Mudamos a mentalidade das organizações se investirmos em mais formação para os gestores de topo e chefias intermédias e até para os colaboradores”, defendeu, sublinhando ser “fundamental que as empresas juntem as suas pessoas para falar sobre estas questões”.

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