Esta plataforma utiliza cookies de terceiros para melhorar a experiência do utilizador e os serviços que prestamos. Ao continuar a navegar, consideramos que aceita a sua utilização.

Eduardo Catroga: 2023 será um ano "de abrandamento do ritmo de crescimento"

Voltar à listagem

Depois de 2022 ter sido marcado por um crescimento que se traduziu, na generalidade dos casos, numa recuperação económica a níveis de 2019, o ano de 2023 vai ser “de abrandamento do ritmo de crescimento da atividade económica”. Esta é a convicção de Eduardo Catroga, economista, gestor e antigo Ministro das Finanças, que foi orador convidado da conferência ‘Macroeconomia e Mercados: O que esperar em 2023?”, organizada pela CEFAMOL, e que teve lugar no dia 14 de dezembro, contando, na plateia, com dezenas de empresários e profissionais do sector.


Para o antigo ministro, “há, segundo todas as expectativas, um elevado grau de incerteza em relação a 2023”. No entanto, salienta, será possível crescer. “É esperado um crescimento económico na zona Euro que pode variar entre 0,5 e 1 %. E Portugal deverá ter, também, um crescimento”, afirmou. De entre os países europeus, aquele que mais dúvidas levanta em relação ao seu desempenho económico é a Alemanha, referiu ainda, lembrando a grande dependência de gás russo que o país tem.


Recordando a sequência de acontecimentos que culminaram na situação atual da economia, Eduardo Catroga destacou a pandemia de Covid-19 e, sobretudo, a guerra da Ucrânia. “Esta guerra tem implicações não apenas no mercado energético, mas também no da alimentação que está a ser muito afetado”, frisou. Com isto, e no seu entender, os mercados europeus “vão ter um arrefecimento em 2023, mas poderão entrar em recuperação a partir de 2024”.


O principal dado novo em relação a anteriores recessões económicas é a inflação. E esta, salienta, “veio para ficar”. Centrando-se no caso português, considerou que “o grande desafio que se coloca, neste momento, é como gerir um processo de desinflação”. Defendendo acreditar que “havendo articulação com os Estados, os bancos não vão deixar a inflação subir desmesuradamente”, citou os Estados Unidos como exemplo, referindo que, aí, a inflação já começou a dar sinais de redução. “Não é só nos Estados Unidos, na zona Euro também já se nota uma queda da inflação, mas é, ainda, cedo para dizer se é essa a tendência”.


De acordo com as projeções, sublinhou, a taxa de inflação deverá ser, em 2024, na ordem dos 2,4 a 3 %”. Contudo, recordou que essa taxa já atingiu, este ano, “os 10 %”. E é nesse aspeto que o ex-ministro é mais critico em relação às políticas seguidas pelos sucessivos governos. A prioridade, no seu entendimento, devia ser o apoio ao sector empresarial.



Crescer

Numa sessão muito esclarecedora e dinâmica, com a intervenção de elementos da plateia, quer com opiniões, quer com questões, Eduardo Catroga falou, também, de uma outra questão que será “mais um desafio: a transição energética”.


A rapidez com que, sustenta, se está a tentar fazer esta passagem levanta algumas questões, desde logo a “certeza de que tem elevados custos associados”. Lembrando que a população mundial continua a aumentar, assinalou que a energia é necessária à vida humana e, por isso, o recurso aos combustíveis fósseis terá de se manter por mais algum tempo. Até porque o recurso a energias renováveis caminha de forma diferente nos vários países. “A redução das emissões de CO2 é um projeto não apenas para esta, mas também para a próxima geração”, frisou, considerando este processo de transição “tem de ter metas realistas”.


Para Eduardo Catroga, o grande desígnio da economia nacional deve ser “alcançar a média dos países ricos”. Esta visão, diz, tem sido entendida por outros países, sobretudo os de Leste, e essas economias, apesar de mais pequenas que a portuguesa, “estão a fazer por subir mais rapidamente”. Por isso, defende, “é imperioso por o nosso país a crescer”.


E a fonte do crescimento económico é, na sua opinião, a produtividade e competitividade empresariais. “O motor da economia não é o Estado. Têm de ser as empresas e as famílias”, defendeu, considerando que deve ser seguida uma política económica “mais equilibrada e coerente”.


As empresas, enfatizou, “têm de fazer o seu papel que é aumentar o valor acrescentado”. Para isso, terão de apostar em estratégias de otimização de custos e para a inovação. Ou seja, “trabalhar mais e melhor”. E neste percurso, considerou que terão de ter também um papel mais reivindicativo junto dos governantes, de forma a fazerem ouvir a sua voz.


Manifestando-se “sempre otimista”, considerou ainda que os novos desafios que as empresas têm pela frente “vão ser geradores de novas oportunidades” que as poderão posicionar de forma diferenciadora no mercado internacional.



Agenda

array ( 'type' => 8, 'message' => 'Use of undefined constant id - assumed \'id\'', 'file' => '/home/cefamol/public_html/datafuncs.php', 'line' => 1423, )