Novo guia apoia empresas a construir um futuro sustentável
Quarta, 29 Janeiro 2025
Voltar à listagem‘Planos de Sustentabilidade Empresarial’ foi o tema do workshop que decorreu no dia 28 de janeiro, no Centro Empresarial da Marinha Grande, e que se inseriu no projeto Low-Carbon, que tem como objetivo apoiar as empresas da indústria de moldes na adaptação às novas exigências ambientais e regulatórias. A ação reuniu mais de meia centena de profissionais do sector, tendo como um dos destaques a apresentação do Guia ESG para a Indústria de Moldes e Plásticos, desenvolvido pelo CENTIMFE.
Na abertura do workshop, Martim Santos, da KPMG Portugal, chamou a atenção para aquilo que considera a "avalanche" regulamentar que, adiantou, tem causado alguma desorientação nas empresas. Sublinhando que, apesar de a obrigatoriedade de apresentar reportes ESG não abranger, ainda, as PME, já existem, no entanto, “pressões de entidades financeiras e até de clientes, que exigem tais informações”. Por isso, enfatizou a importância de as empresas começarem a identificar e a melhorar os seus processos internos com base nos três pilares ESG, antecipando a regulamentação, como a Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade (CSRD), que será obrigatória para as PME a partir de 2027.
Na foto: Martim Santos (KPMG)
Marisa Cabral, também da KPMG Portugal, deu a conhecer alguns incentivos e oportunidades de financiamento para apoiar as empresas na transição para práticas mais sustentáveis, destacando, como por exemplo, o PT2030, que financia ações na área da alteração climática e energética.
Júlia Tomaz, do IAPMEI, defendeu a importância das PME começarem, desde já, a estruturar os seus relatórios de sustentabilidade, destacando que, apesar de a obrigação ainda não existir para as pequenas empresas, estas precisam de começar a medir e a comunicar os seus impactos, de forma a conseguirem “manter-se competitivas e atrativas para os investidores”.
Na foto: Marisa Cabral (KPMG)
A responsável frisou que, além da melhoria da eficiência e da gestão de riscos, o processo de adaptação às normas ESG oferece benefícios significativos, incluindo o acesso a programas de incentivo, a capacitação dos recursos humanos, redução de custos operacionais, aumento de eficiência, melhor gestão de riscos, acesso ao mercado e até a atração de talento.
No seu entender, várias entidades, entre as quais o IAPMEI, podem ajudar as empresas a percorrer este caminho. É que, lembrou, muitas empresas já o fazem e aprender com a experiência de outros poderá ser, no seu entendimento, uma boa opção. “Do arranque à consolidação é um caminho que não é fácil de percorrer, mas que as empresas têm de fazer”, salientou.
Os oradores foram unânimes em considerar que a adoção de práticas ESG, mais do que uma resposta a exigências regulatórias, se traduz numa estratégia fundamental para garantir a competitividade e sustentabilidade a longo prazo da indústria de moldes e plásticos em Portugal.
Na foto: Júlia Tomaz (IAPMEI)
Guia ESG para a Indústria de Moldes e Plásticos
Liliana Ramos e Carolina Neves, do CENTIMFE, protagonizaram a apresentação deste documento que, explicaram, oferece às empresas “uma ferramenta estratégica para implementar práticas sustentáveis nos âmbitos ambiental, social e de governança”.
A sustentabilidade, enquanto conceito cada vez mais relevante, é fundamental não apenas para mitigar riscos, mas também para abrir portas para novas oportunidades, como a redução de custos e a inovação em produtos e processos, salienta o documento que aborda, de forma detalhada, os três pilares ESG: Ambiental, Social e Governança, com foco em temas como a gestão de emissões, a eficiência energética, a saúde e segurança no trabalho, e as melhores práticas de conduta empresarial, apontando exemplos – em cada um dos pilares - que poderão servir de linhas orientadoras para as empresas.
Na foto: Liliana Ramos (CENTIMFE)
Este guia visa ser uma referência para as empresas do sector, incentivando a adoção de boas práticas e políticas que respondam às expectativas regulatórias e às necessidades das empresas, dos seus clientes e dos parceiros de negócios.
As oradoras enfatizaram que a sua implementação promove “um futuro mais sustentável e competitivo para as empresas de moldes e plásticos”, alinhando-as com as melhores práticas de mercado e as exigências de um cenário regulatório cada vez mais rigoroso. Ao adotar o relatório ESG, adiantaram, as empresas ganham uma vantagem competitiva ao demonstrar o seu compromisso com a responsabilidade social e ambiental e fortalecem a sua posição no mercado global.
Na foto: Carolina Neves (CENTIMFE)