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Estudo revela evolução dos moldes portugueses nos últimos anos

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‘Posicionamento Competitivo da Indústria de Moldes’ foi o primeiro de um conjunto de três estudos produzidos pela CEFAMOL no âmbito do projeto “Tech-i9” que serão apresentados no mês de junho e que irão analisar o contexto atual do sector, apresentando temas para uma reflexão estratégica no seio da indústria que promovam o reforço da sua competitividade.



Na primeira sessão, que teve lugar no dia 8 de junho, Luís Pinto, da consultora Vitis apresentou um exaustivo documento que dá a conhecer a evolução da indústria de moldes em Portugal na última década. O autor explicou que foram realizados “cálculos e conceitos próprios tendo como objetivo a obtenção de informação o mais próxima possível da realidade da indústria” na atualidade.


Essa análise permitiu perceber, por exemplo, a forte dependência que o sector tem da indústria automóvel, algo para o qual o orador alertou como sendo “uma fragilidade estratégica”, uma vez que em situações de dificuldade desse principal cliente, os moldes portugueses se ressentem de imediato e com quebras significativas. Um dos exemplos disso é a situação que se atravessa atualmente. “Temos de tentar encontrar medidas que nos façam depender menos desta indústria”, advertiu, lembrando que, ciclicamente se passa por situações de quebras e, nesses momentos, “todos concordam que se deve fazer alguma coisa, investem na promoção noutros mercados e áreas e dão passos nesse sentido. Contudo, assim que a indústria automóvel recupera, as empresas de moldes ficam absorvidas pelo trabalho do dia-a-dia e esquecem estes passos que deram, até ao próximo momento de quebra”.



O ramo automóvel, disse ainda, tem vindo a reforçar a sua posição, chegando a representar 82% da produção em 2018. Para além de se concentrar predominantemente nessa indústria, o sector tem, também, um conjunto de 10 mercados predominantes, advertiu Luís Pinto, sublinhando que os três primeiros (Espanha, Alemanha e França) representam 55% do total e uma diferença abismal em relação aos que se seguem na tabela, com valores entre 2 e 7%.


Em termos mais micro, alertou que o mercado francês tem vindo a perder valor nos dois últimos anos e, no mesmo período, revela maiores dificuldades de penetração dos moldes portugueses.

O mesmo aconteceu com a Alemanha que, em 2019, baixou mais de 9% no consumo dos moldes nacionais. Luís Pinto enfatizou que, como as importações desse país não baixaram, isso significa que Portugal perdeu o lugar que ocupava para outros fornecedores.


Sublinhou ainda que o peso das vendas nacionais no total das importações desses dois países é já significativo, o que, no seu entender, “retira capacidade de maior penetração nesses mercados”. Destacou ainda o crescimento da República Checa e Polónia que, nos últimos anos, lhe permitiu ocupar a quarta e quinta posição na exportação dos moldes portugueses.


Diversificar


O estudo, revelou ainda, permitiu concluir que, em 2019, o universo de empresas (fabricantes de moldes e em atividade) ascendia a 606, com um total de 11.184 trabalhadores. Em paralelo, as exportações do sector, com uma média de 87,6% nos últimos 30 anos, têm apresentado uma curva descendente, chegando a 2019 com uma taxa de 83,5%. No seu entender, isso poderá dever-se a “algum ganho de importância no mercado interno”.


Para além de apresentar importantes dados estatísticos, foram também destacadas algumas pistas para “uma estratégia de crescimento” que, no seu entender, passa por uma diversificação de mercados, reforço da competitividade (que poderá significar recuperar posicionamento no mercado dos Estados Unidos), forte especialização em nichos de valor acrescentado, reforço da campanha de promoção internacional dos moldes portugueses e ações criativas que permitam conquistar novos mercados.


O estudo apresenta também uma forte componente de análise económica e financeira do sector, quer por via de indicadores disponibilizados pelo Banco de Portugal, quer por uma forte componente de análise estrutural do sector assente numa amostra de 117 empresas de moldes. Tais conteúdos revelam áreas a melhorar e indicadores a ter em atenção na definição de politicas de investimento e operacionalização das empresas.


Para João Faustino, Presidente da CEFAMOL, este estudo constitui “um alerta” para o sector que, sublinhou, se não enveredar por uma estratégia diferente, “isso pode traduzir-se em danos irreparáveis na sustentabilidade das empresas e até da indústria de moldes”.


Este estudo não analisou os valores de 2020. No entanto, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, deu nota de alguns dos números já conhecidos, entre os quais as quebras de produção para o sector automóvel (de 80 para 72%) e o crescimento na área dos dispositivos médicos (de 1 para 4%).

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