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Market Days: Diversificação de mercados é imprescindível para o futuro da indústria

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Explorar novos territórios e mercados alternativos contribui, não só para aumentar a resiliência das empresas, mas também para impulsionar o crescimento e a inovação. A diversificação de mercados tornou-se uma estratégia fundamental, sobretudo para as empresas da indústria de moldes, confrontadas com a estagnação verificada em alguns dos seus mercados tradicionais.


Apoiar as empresas nesta sua busca por novos mercados (geográficos e sectoriais) e, dessa forma, incrementar os seus negócios, foi o objetivo de mais uma sessão do Forum “Market Days” que, organizado pela CEFAMOL, decorreu no dia 31 de outubro, no Centro Empresarial da Marinha Grande.


A plateia, composta por mais de quatro dezenas de profissionais do sector, conheceu, com maior pormenor, as principais oportunidades que pode encontrar nos mercados da Sérvia, dos Estados Unidos da América e dos países árabes, através da descrição efetuada pelos oradores convidados.




Paulo Franzini, que reside em Belgrado desde 2011, explicou que a Sérvia tem captado um volume considerável de investimento estrangeiro nos últimos anos, tendo uma aposta forte na industrialização. O sector automóvel, esclareceu, tem uma dimensão considerável, com cerca de seis dezenas de marcas estrangeiras ali representadas. Para além disso, a injeção de plásticos tem passado, nos últimos tempos, por um incremento da sua ação, com diversas empresas ali instaladas.


Já Wilder de Queiroz, traçou um quadro positivo em relação à situação na América do Norte, destacando que, nos Estados Unidos, há uma aposta de desenvolver a indústria localmente e que, ao contrário do passado, a nova geração de OEM procura negociar diretamente os seus projetos com os fornecedores. Para isso, salientou, os moldes portugueses precisam de ganhar dimensão e escala, sugerindo que possam incrementar a sua ação em países próximos dos Estados Unidos, como o México, e a partir daí aumentar a ligação com as empresas americanas.




Pedro Garcia, da MAAB Consulting, falou das oportunidades dos países árabes, destacando que, de uma maneira geral, centram a sua aposta no crescimento da indústria local, procurando diversificar sectores, tendo disponibilidade financeira e vontade de evoluir nessa área. É uma zona com um potencial de crescimento elevado e que, atualmente, já importa um grande número de moldes, destacou.



Reforçar imagem de qualidade

Logo no início da sessão, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, deu a conhecer o plano que a associação tem já definido para a realização de ações, em mercados tradicionais e novos mercados, nos próximos meses. Entre 2023 e 2024, esclareceu, estão previstas as participações em 12 feiras, a realização de 15 missões e encontros bilaterais em 14 mercados, envolvendo, para já, um total previsto de seis dezenas de empresas. Para além de realizar viagens aos mercados-alvo, o plano prevê, também, a visita de empresas estrangeiras e encontros B2B, para além de visitas a OEM.


Este projeto, que envolve um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, pretende ampliar a presença da indústria nacional nos mercados internacionais, entrando em novas áreas de negócio, com abordagens inovadoras. Reforçar a notoriedade e aumentar a presença dos moldes nacionais, salientando o seu empenho nas boas práticas em torno da sustentabilidade ambiental, são outros dos objetivos que enfatizou. França, Alemanha, Polónia, Roménia, Turquia, Finlândia, EUA, México, Brasil e Chile são alguns dos principais mercados com ações definidas, no âmbito do plano da CEFAMOL.




A sessão encerrou com um painel de debate, subordinado ao tema ‘Os novos desafios da promoção internacional’. Moderado por Manuel Oliveira, contou com a participação de Bruno Santos (Younik), Miguel Goulão (Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais - ASSIMAGRA), Paulo Azevedo (Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã) e Pedro Conde (Fozmoldes).


Paulo Azevedo, falando do mercado alemão (que tem sido nas últimas décadas o principal cliente dos moldes portugueses), salientou a necessidade das empresas portuguesas se conseguirem afirmar pela qualidade, mas reforçando o papel da proximidade com o mercado e incrementando as relações de confiança com os clientes. “É muito importante a imagem (de qualidade) associada a um sector quando nos mercados estrangeiros estão a ser ponderados novos fornecedores”, destacou.


Miguel Goulão deu a conhecer o trabalho desenvolvido pela indústria da pedra e a forma como, internacionalmente, conseguiu mudar a sua imagem, que é hoje forte e associada a enorme qualidade. Este responsável defendeu que deve existir um equilíbrio entre o peso dos mercados, de forma que um sector não esteja demasiadamente dependente de apenas um deles. Depois, salientou, “é necessário trabalhar, de forma contínua e determinada, na identidade e cultura como fator de inovação”. Primeiro, explicou, “mudámos a forma de produção para ser mais concorrenciais e depois avançámos com a promoção internacional”. E nesta, enfatizou, “cada empresa tem de perceber que é preciso alavancar a imagem coletiva do sector onde se insere”.


Bruno Santos relevou a importância da coerência na comunicação das empresas, exortando a uma maior aposta no digital que, salientou, “não se resume às redes sociais: é muito mais do que isso e as empresas têm de usar melhor essa ferramenta”.


Já para Pedro Conde, a promoção internacional “é fundamental para aumentar a produtividade”. No seu entender, “já fazemos muito, estamos em países e mercados diferentes, mas podemos fazer mais e de forma efetiva, trabalhar mais na marca coletiva dos moldes portugueses, e acrescentar valor para nos diferenciar”.


O painel suscitou uma interessante troca de opiniões e questões entre os oradores e a plateia.


O evento Market Days, que teve nesta sua segunda edição, insere-se no âmbito do seu projeto de promoção internacional “Engineering & Tooling from Portugal”, promovido e dinamizado pela CEFAMOL.




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